Futuros Artísticos

O Futuro cria-se hoje. Ele é múltiplo e não único, linear ou previsível. 

Sobre

É um domínio, um campo expandido que explora formas de reflexão, produção, comunicação, mediação e agenciamento de futuros.

Abrange diferentes formas de arte, espaços, participantes e formas de envolvimento com o futuro. Promove a investigação e desenvolve curadoria de eventos, performances e atividades de mediação.


Produz

Visões alternativas de futuros

  • Cria e amplifica novos sinais de futuros.
  • Explora a criação de alternativas individuais e coletivas no presente
  • Desafia a considerar futuros emergentes e multicêntricos, sociedades plurais e ecofuturos regenerativos.

Investiga

  • Futuros da arte e da educação artística
  • Arte experimental
  • Literacias artística do futuro
  • Produção e partilha de conhecimento

Desenvolve

Curadoria de eventos, envolvimento de públicos e alcance de comunidades

  • Mediação que amplia a interseção entre arte, futuro e sociedade

Futuros experienciais colaborativos

  • Produz e coproduz eventos imersivos, interativos e comunitários
  • Cria pontes que exploram o encontro entre comunidades e visões de futuro
  • Forma alianças simbólicas e efetivas em direção ao futuro.

Futuros artísticos sociais com a comunidade

  • Desenvolve atividades de cocuradoria e cocriação que exploram o futuro como prática social transformadora
  • Enfatiza as forças frente a necessidades, problemas, desafios e oportunidades sistémicas;
  • Envolve diferentes atores e cria pontes entre sectores;
  • Mapeia, processa e propõe diferentes horizontes temporais, relacionais, etc.;
  • Incuba soluções exploratórias, prospetivas e especulativas centradas em quotidianos futuros (casa, trabalho e esfera social);
  • Desenvolve pilotos em contexto real e testa e avalia alternativas junto das e com as comunidades
  • Aprofunda modos de envolvimento e de participação crítica alargada
  • Facilita o agenciando e a mobilização em relação a futuros inclusivos, justos e mais democráticos.

Democratiza

Literacia de futuros através da arte

  • Multiplica o leque de metodologias, ferramentas e práticas ligadas ao portfolio de futuros
    • Expande a forma de os cocriar, investigar, debater, planear, modelar, questionar, problematizar, interpretar e partilhar.
    • Aplica a campos intersetoriais e a contextos sociais.
    • Reduz as barreiras de acesso à participação (individual e coletiva) na produção, comunicação, mediação, recepção e agenciamento de futuros.

Metodologia

A abordagem depende contexto, recursos disponíveis e restrições de tempo, temas e públicos.  

Mapeia

(domínio)

Destaca

(campo)

Define

(desafio)

Projeta

(proposição)

Experimenta

(diferentes possibilidades)

Testa

(hipóteses)

Valida

(resultados)

Apresenta

(circula)

 

Conteúdos

As unidades podem ser desenvolvidas de forma autónoma, como workshops, e/ou de forma sequencial, como programa de curso. 

Futuros Tautológicos

(Unidade 1)

O visionário é alguém que diz que o futuro vai ser aquilo que diz que vai ser.

Nesta unidade, exploramos a língua como meio e matéria e o futuro enquanto conceito plural, diverso e dinâmico cocriado através da performance da palavra e de múltiplas textualidades.

Exploramos também diferentes conceitos com a finalidade de ampliar e aprofundar o agenciamento crítico e criativo de futuros ligados à produção e recepção em diferentes domínios do conhecimento artístico.

Futuros Flutuantes

(Unidade 2)

A mente é um ecrã (Deleuze).

Explora modos de mapear, enquadrar, fazer e demonstrar que estão no centro do processo híbrido entre a arte e os estudos de futuros.

Procura identificar e interpretar sinais fracos e identificar linhas de vida de tendências e como se transforma em diferentes motivadores para a mudança.

Permite aprofundar e aproximar o participante das questões ou tópicos que pretende investigar. Enfatiza a capacidade de agenciamento pessoal e/ou coletivo em relação à modelação de possibilidades e probabilidades futuras, a serem materializadas em práticas artísticas concretas.

A1

Com-Posição de Futuros

(Unidade 3)

O futuro é múltiplo. Cheio e vazio. Sólido, líquido e gasoso.  

Explora o jogo de relações entre conexões, limites e redes pessoais, profissionais e sociais.

Numa primeira fase, o artista recolhe impressões, afeções e percepções sobre o futuro (do seu interesse). Numa segunda fase, projeta uma amostra de um ou mais grupos alvo. Numa terceira fase, atua de forma expandida sobre o resultado das fases anteriores.

A partir da prática artística, autocentrada e relacional, os artistas irão questionar a sua abordagem (pensamento), contextos (ação), escalas (alcance) e com-posicionamento entre sujeito e coletivo.

Finalmente, cada um aprofundará artisticamente um ou mais sistemas (físicos, químicos, vivos, psicológicos, socioculturais e espirituais) nos quais existe e sobre os quais pretende aprofundar.

A2

O Futuro é uma História

(Unidade 4)

O futuro não existe. O futuro tem de ser imaginado para poder ser criado. 

Procura criar metáforas e narrativas que desafiam a considerar outros futuros possíveis.

Explora conceitos filosóficos para interrogar criticamente noções, crenças e suposições estabelecidas em torno do futuro.

Fornece estratégias para ampliar a capacidade de imaginar, especular e antecipar futuros diferentes e presentes alternativos.

Gerar Cenários de Futuros

(Unidade 5)

Introduz e explica o conceito de produção de cenários futuros.

Fornece a estrutura teórica dos cenários.

Explora os seus objetivos e o seu impacto na prontidão para o desenvolvimento de alternativas para o progresso.

Divide-se em:

  1. Definição de cenários
  2. Relevância dos cenários
  3. Tipologias de futuros.
  4. Posicionamento de cenários no processo artístico.

Explora "o quê e o porquê" e fornece técnicas práticas e especulativas para entender como implementar, usar, narrar, executar e desenvolver uma pluralidade de visões por meio da criação de cenários. 

Na sua forma mais instantânea, faz uso de desenhos, diagramas, fotografias, fotohistórias, colagens, protótipos low-tec, micro enredos, filmagem e edição de vídeo, performance, etc., para comunicar ideias e ambientes ligados a diferentes visões e narrativas de futuros.

Após gerar cenários de futuros - as novas visões, categorias e narrativas - o artista pode traduzir e desdobrar as visões e versões alternativas de futuros em práticas artísticas ainda mais concretas que, por sua vez, podem envolver a comunidade ou outros atores sociais (artefactos relacionais).

B1

Futuros Relacionais

(Unidade 6)

O futuro tem de ser experimentado para poder ser compreendido. 

Expande as práticas ligadas ao desenvolvimento de cenários. Explora o "como" e a provocação como estratégia discursiva, tanto quanto aos modos de relação entre pessoas (perfis), objetos (artefactos) e ambientes do futuro, como à interseção crítica entre arte, futuros e sociedade.

Com alocação de tempo, esforço e recursos de nível intermédio, usa múltiplas micronarrativas e a dramatização para mediar e potenciar a a ação e a reflexão sobre os futuros. Complementarmente, e de forma sobreposta ou autónoma, cria uma diversidade de micro propostas artísticas, culturais e sociais com a finalidade de ampliar a imersão e de despoletar a reflexão sobre histórias e quotidianos futuros.

B2

Futuros Imperfeitos

Unidade 7

Incentiva o autoquestionamento desde a criação de cenários até esta fase, estimula-se a reflexão crítica sobre a interseção entre Arte, Futuros e Literacias.

Tem como finalidade, promover o autoquestionamento, a avaliação e a revisão crítica e criativa de práticas pessoais e as de campo, descompactando e decodificando discursos existentes e propondo alternativas significativas.

A3

Curadoria

Presentes Alternativos e Futuros Imersivos

(não é uma Unidade, é um festival)

Aprofunda a interseção entre visões, narrativas e materialidades de futuros. Articula propostas artísticas, culturais e sociais com a finalidade de apresentar uma forma de realidade diegética expandida, que pode despoletar proposições alternativas no presente e/ou no futuro.

Procurando celebrar o aqui e agora do futuro, os futuros experienciais incluem cenografia, artes visuais e arquitetura, sonoplastia, iluminação cénica, criação de figurinos, artefactos do futuro e "role play" de públicos. Dependendo da arena - edifício, rua, área da cidade -, o processo de montagem inclui programação artística, científica e tecnológica, gastronomia e comércio local, entre outros atores que, imersos na diegese, contribuem com a sua ação nos processos de fruição-participação.

Tem a vantagem de promover a imersão e interação, o conhecimento experiencial individual e comunitário ligado a diferentes materializações de futuros.

Porque é que é importante?

A arte transforma o futuro num processo criativo e num catalisador conectivo que facilita a criação de diferentes perspectivas.

Na dimensão performativa, a arte transforma a informação abstrata em experiências relacionais e tangíveis, o que permite sentir e interagir com as conceções que geramos sobre o futuro.

Na dimensão social, a arte concebe pontes estratégicas para conectar indivíduos, grupos, sistemas e culturas e contribui para a exploração de práticas emergentes no presente.

Na literacia de futuros, amplia o leque de metodologias, ferramentas e práticas, tornando-a acessível a crianças e séniores.

Como resultado, a arte gera:

  • Conhecimento prático sobre futuros, especializado, relacional e aberto.
  • Ferramentas e métodos orientados para diferentes contextos e processos de produção, comunicação e mediação de futuros.
  • Experiências singulares.